Músicas Clássicas

Este termo é bem impreciso quando utilizado para designar o que chamamos de música de concerto, ou música erudita, ou ainda música de orquestra. Na verdade se formos rigorosos, músicas clássicas seriam penas aquelas do período clássico, que foi apenas um dos movimentos dentro da chamada música de concerto tradicional européia.

Neste sentido, música barroca não seria música clássica, músicas do romantismo não seriam clássicas e consequentemente excluiriam compositores como Chopin, Schubert, Bach e tantos outros que na prática são completamente associados às orquestras e salas de concerto. Mas, deixando o rigor conceitual de lado, na realidade atual, quando falamos de música clássica, estamos nos referindo a todos estes movimentos que tiveram as orquestras como seu meio de expressão – seja música barroca, romântica, clássica ou contemporânea.

E, de um modo geral, quando este termo aparece, vem fazendo um contraste com o que chamamos de música popular, onde entram os gêneros mais radiofônicos como pop, rock, jazz e tantos outros que não são feitos originalmente para as orquestras e sim para formações de banda (ainda que nos dias atuais seja bem comum tocar pop-rock nas orquestras). 

Na tradição da música clássica muitas formas ficaram conhecidas e fizeram bastante sucesso. As sinfonias, por exemplo! Obras de grande dimensão, geralmente divididas em 4 movimentos,  se caracterizavam por grandes formações orquestrais e tinham geralmente um instrumento solista principal (concerto para oboé, concerto para piano, para violino, etc).

No princípio uma sinfonia não tinha a presença de coro (vozes). Quem pela primeira vez inseriu coro em uma sinfonia foi Beethoven na sua Nona sinfonia, onde aproveitou um poema de Schiller chamado ‘Ode à alegria’ para compor sua obra (por isso você vai encontrar com frequência a nona de Beethoven sendo chamada de Ode à alegria).

As cantatas, que eram obras menores do que as sinfonias e se caracterizavam pela presença de vozes (ao contrário das sonatas, que eram sempre instrumentais) eram frequentes em datas festivas (é da cantata 147, de J.S.Bach, por exemplo o famosíssimo tema ‘Jesus alegria dos homens’ muito comum nos casamentos até hoje!). Muitas outras formas viraram moda, algumas mais em uns períodos do que em outros. Vale citar as formas que misturavam música e cena com as óperas e balés, os poemas sinfônicos, que buscavam traduzir musicalmente roteiros e imagens de obras literárias e obras que tinham uma instrumentação específica como os quartetos de cordas, os trios sonata e tantas outras…

A música clássica é um tema praticamente inesgotável e que gera até hoje uma quantidade incrível de estudos, debates e gravações. Grandes gênios da humanidade se debruçaram sobre ela e deixaram um legado que podemos considerar um dos mais importantes patrimônios artísticos da história do homem sobre a terra.